sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

6 de junho de 2006

rasgões no ventre deixam o rasto das unhas que por ali passaram.

os rasgões de um querer descarnar para libertar a alma daquilo que é sujo.

a saliva gasta-se de tanto se querer dizer e de não se dizer nada.

o invólucro é que não se gasta;

conservamo-lo involuntariamente, quase.
queremo-lo como arma e como defesa.

depois, quando sabemos que não serve para nada, é tarde;

e o tempo cuida do resto.

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