quinta-feira, 10 de setembro de 2009

esse olhar que foi meu

da janela vejo uma luz que se espalha na penumbra do que há de novo. o sangue fervilha-me nas veias e o formigueiro percorre-me o corpo enquanto espero. lá fora há o medo. os passos acalcam o caminho curto que me separa de ti. estendes a mão. tu estendes-me a mão. mas os teus dedos esguios e suados do medo não me seguram. não me seguras. e o tombo estronda no chão acalcado pelos meus pés e pelos teus.
o desamparo. o desalento. conformo-me. conforto-te. contento-me.
acolho-te nas minhas mãos e devolvo-te ao lugar-comum de onde vieste.
devolvo-te de cara voltada porque não te quero ver partir.

e é com o coração a brotar-me das mãos que corro até casa.
que esqueço o teu olhar sôfrego de ternura - de paixão.
esse olhar que foi meu.

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