sábado, 7 de fevereiro de 2009

palavras-ondas

A dança lenta na palma da mão. Cócegas de penas. Brilhavas suavemente com o balanço colante da brisa do vento. Momento de luz. Depois partiste, com pezinhos de lã. Eu vi-te. Com o mesmo encanto. A suavidade no toque, no andar. O requinte das palavras que te saíam sem pensares nelas. A melodia entoada nas palavras. Foste ter com as ondas. Andaste sobre elas. Depois perdi-te de vista. Foste para o teu mundo. Encantado no fundo do mar. Eras coral. Amei-te nesse segundo. Lembras-te quando dávamos as mãos no baloiço entre os arbustos de neve? Falávamos sem parar sobre tudo. Não havia lugar para o silêncio porque havia sempre tanto para se dizer. Saudosas conversas de encher o peito de ar. Amei-te em todos esses segundos. Nunca te disse. Foi a única coisa que não te disse. Porque tu eras luz e partiste. Não eras daqui. És das ondas. Do teu mundo encantado no fundo do mar. Amo-te lá, não aqui. Continuo a balançar na melodia das tuas palavras versadas e ondulantes. E é calma o que me dás. E é tudo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns...
Está muito interessante e interrogativo!!

P. disse...

Sim, senhor... já lá está guardado o endereço.. bem-vinda..;)

a ver se deixo uns comentários por aqui espalhados... isto tem muito para ler...